terça-feira, 2 de agosto de 2016

A TV Câmara e os Jornalistas

A nota "TV Câmara vai torrar R$ 274 mil", publicada na coluna do jornalista Rogério Castro, de domingo, me chamou a atenção. Aliás, não é a primeira vez. Sempre que se aborda a TV Câmara parece que há, da parte do jornal Diário da Região, uma premissa: detonar esta tevezinha de m...
Não creio que essa seja a posição dos diretores do jornal.
A TV Câmara cumpre uma função que as demais TVs - e rádios e jornais - não podem cumprir: mostrar aos eleitores e à sociedade o que o Legislativo Municipal está fazendo. A lei permite, portanto, é legal. E mais, não é imoral.
Penso que a posição do jornal a este respeito é e está equivocada.
E volto a insistir: não acredito, de forma alguma, que exista uma diretriz da direção do jornal contra a TV Câmara. Penso que é uma postura jornalística, adotada pelos próprios jornalistas da área política.
Toda vez que a Câmara decide gastar ou investir para melhorar ou corrigir qualquer problema da TV Câmara, os jornalistas usam a palavra "torrar", como quem diz: vai gastar indevidamente. O uso do verbo torrar tem a clara intenção de jogar o leitor contra a TV Câmara.
Vejamos alguns pontos:
a) a TV Câmara é estatal, não concorre com os jornais, rádios e TVs locais.
b) sendo estatal, ela não veicula publicidade nem propaganda.
c) a TV Câmara é um veículo que ajuda os eleitores e os cidadãos a mensurar o trabalho, a capacidade e competência de cada vereador (eleitos pelo povo e pagos com dinheiro dos nossos impostos).
d) a TV Câmara é um espaço de trabalho para jornalistas, cujo mercado é enxuto e, diga-se de passagem, paga mal.
Portanto, ao detonar a TV Câmara, os jornalistas que atuam nos jornais e rádios da cidade estão dando um tiro no pé, minando ainda mais um campo de trabalho restrito. Caso a TV Câmara seja fechada vários jornalistas rio-pretenses vão ficar sem trabalho e sem o seu ganha pão.
Penso que a TV Câmara deve ser abraçada pelos profissionais de imprensa; ela representa muito mais que um veículo de informação: ela é um ancoradouro para muitos profissionais que são demitidos pelos meios de comunicação privados da cidade.
Aliás, a FENAJ e os sindicatos de jornalistas deveriam lutar para que em todas as Câmaras Municipais existisse uma TV Câmara, principalmente nas cidades acima de 10 mil habitantes. Assim como os patrões lutam para preservar seus interesses os profissionais também devem lutar para preservar seus espaços de trabalho.
Que o digam os "todos poderosos" (eu já fui um deles) titulares de colunas políticas que hoje estão encastelados e no outro dia amanhecem desempregados.


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