sábado, 3 de outubro de 2020

Trump e a cloroquina

 

Raimundo Broto-seco é meu primo. Nasceu no sertão, na pequena Passabem, onde o mapa da Paraíba faz uma cinturinha de pilão. Operador de betoneira com diploma do SESI, dono de um pensamento linear e percepção de caipira amineirado, ele tem curiosidade de repórter e desconfiômetro elefantês. Volta e meia ele me aparece com alguma pergunta que não consigo responder ou com uns causos de dar nó em sinapses. E-mail de hoje:


 “— Se o presidente dos Estados Unidos, assim como o nosso aqui, nega que a gravidade da Covid-19, porque saiu correndo para se internar num hospital ao perceber os primeiros sintomas da doença? Se ele nega para os outros, deveria negar para si também. Mas, como quem tem ânus tem medo...

Entretanto, fico me perguntando por que ele não toma a cloroquina que vendeu para o nosso Jair? Se a cloroquina curou o nosso presidente, porque não serve para curar o Trump?

Sei não primo, isso está me cheirando a engodo, fake News braba. Assim como a facada ajudou o Jair a fugir dos debates, acho que o Trump está usando o Covid para fugir do Biden e se colocar como vítima para obter a piedade dos eleitores. Arriégua!”

 

Assim é meu primo, curto e grosso como os carrascás da sua terra natal.

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