quarta-feira, 27 de março de 2013

"VALE CULTURA" OU "ESMOLA CULTURA"?


Daqui três meses deve entrar em vigor o “Vale Cultura”, projeto do governo Dilma para que o trabalhador que ganha de um a cinco salários mínimos possa ter acesso aos bens culturais do país. Começa em julho. O trabalhador vai receber um cartão de crédito para comprar livros, CDs, DVDs, entrada de teatro, de show, etc e tal. Até tevê a cabo poderá ser paga com o dito vale, porque a ministra da Cultura (pensei que ela fosse ser A Senadora) Marta Suplicy entende que tevê a cabo é bem cultural. Games ela deixou fora. Games não vale o vale.

Meritório demais este vale cultura!

Meritório para as empresas já que elas arcarão com R$ 45,00 dos R$ 50,00. O trabalhador arcará com os outros R$ 5,00.

É, seria meritório se a empresa que aderir ao projeto não tivesse o beneplácito de abater os R$ 45,00 no Imposto de Renda. Como sempre, o empresário é convidado a ser bonzinho com o dinheiro do povo. Isto é, a empresa põe os R$ 45,00 agora e os recebe de volta quando for recolher seus impostos. Já o trabalhador, este arca verdadeiramente com seus cinco reais; não há devolução.

Eu sou eleitor de Dilma.

Fui eleitor da Dilma.

Repenso meu voto para 2014.

Pior é o que o que vem por aí em termos de candidatos presidenciais é um prato amargo de difícil digestão.

Aécio Neves? Recordo-me daquele Mineirão lotado de gente no jogo entre Brasil e Argentina. Lá embaixo, o técnico Maradona. Nas cobertas, o governador mineiro Aécio Neves. E de repente o refrão maldito da torcida mineira: “Maradona, vá se fuder; o Aécio cheira mais do que você”. Fecha aspas. É isso que queremos para o Brasil?

De Recife vem Eduardo Campos. Diz que quer renovar a política no Brasil. Renovar como? Como ele renovou em Pernambuco, onde manda e desmanda há seis anos sem melhorar em absolutamente nada a vida do povo pernambucano que sofre as agruras da seca no sertão! Recife até hoje tem saudade de Maurício de Nassau.

E a Marina com cara de beata de Canudos? Ela me parece Antonio Conselheiro redivivo. Vem daí o nome do seu partido: Rede. Ou seja, o conselheiro “redevivo”.

Será que não vai aparecer ninguém capaz de fazer realmente algo mais por este povo brasileiro?

Algo que não seja esmola.

Algo que não seja deduzido do tal Imposto de Renda?

Agora, com este vale-esmola, o trabalhador vai poder ir ao teatro. Sim. Ele sozinho, depois de acumular dois ou três meses de cartão do famigerado “Vale Cultura”. Ou tem alguma peça boa em São Paulo cujo ingresso é menos que R$ 50,00? Se ele for com a mulher, vai ter juntar quatro ou cinco meses... se levar um dos filhos...

É... é.

Dilma, Dilma, Dilma... Esse tipo de caridade paga com dinheiro dos impostos não é a sua cara, não é do sue feitio.

Veja abaixo como funcionará o dito cujo do “Esmola Cultura”.

1. A empresa se credencia voluntariamente no Ministério da Cultura (Minc) em troca de abatimento no seu Imposto de Renda (IR), comprometendo-se com o repasse de R$ 45, mensalmente, ao trabalhador.

2. O trabalhador que receber de um a cinco salários mínimos se credencia voluntariamente na sua empresa para ter acesso ao Vale Cultura.
O custo será de R$ 5, mensalmente, do seu salário.

3. Os R$ 50 mensais serão repassados em um cartão acumulativo, como um vale-transporte, podendo o trabalhador efetuar compras de acordo com o valor que possuir no seu vale.

4. O vale funcionará como um cartão de débito, podendo ser utilizado nas mesmas máquinas de operadoras de cartão de crédito, em estabelecimentos cadastrados que ofereçam produtos ou serviços culturais.

Um comentário:

  1. Vc já disse tudo meu amigo. Ñ sobrou nada. A ñ ser a grande indignação pelos nossos governantes, incapazes de fazer algo que realmente preste! Estou desolado...

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