segunda-feira, 16 de maio de 2016

Tempo, tempo, tempo...

O tempo é a força mais enigmática do universo. Quem resiste ao tempo? Como bem asseverou, num momento de rara lucidez, o presidente deposto Fernando Collor de Mello: o tempo é o senhor da razão. Não existe traça maior de biografias de que a ação implacável e cruel do tempo.
Nesta breve caminhada sobre este planeta já vi muitas biografias serem roídas pelas traças do tempo e virarem pó.
Olhe em volta e procure algumas pessoas que você temeu, que você achou que seriam eternas ou que seriam para sempre.
Não, não, não... excetuando raríssimas exceções, ninguém é para sempre. Na constelação dos  “para sempre da história” existem poucos e eles se misturam entre bons e maus. Convivem no “para sempre” Hitler, Napoleão, Gandhi, Stalin, Madre Teresa de Calcutá, Mandela... maus e bons.
Ah, em escalões. O que mostra que Dante estava certo em formular o Inferno em círculos. O Céu também deve ser circular. Mas céu e inferno se entranham quando o assunto é memória e história no grande jogo do tempo; tornam-se um emaranhado de rostos e nomes.
Alguém aí se lembra do famigerado Idi Amim Dada?
Responde rápido, num piscar de olhos, quem foi mesmo Hermes da Fonseca?
E o Bandido da Luz Vermelha?
Ah... tempo, tempo, tempo!
Sei, o Doutor Google está aí para nos ajudar, porém, sem ser acionado ele não pode auxiliar-nos. Pergunta para ele quem foi Hitler ou Jesus e terás um placar horripilante. O Google dá 101 milhões de resultados para Hitler; e Cristo tem 108 milhões. Pequena diferença pelo grau de benfeitoria em favor da humanidade.
Não precisamos ir longe para constatar a ação inevitável do tempo sobre nossas vidas. Até onde vamos no conhecimento de nossos ancestrais? Quem sabe o nome dos seus bisavós? E trisavós? E tetravós (os famosos tataravós)? Uma conta aparentemente tão simples: nossos pais, nossos avós, nossos bisavós... são apenas quatro gerações que, em muitos casos, se mesclam.

Isto é, nossos bisavós já estão esmaecendo na marcha do esquecimento colocada em movimento pela inapelável ação do tempo. O tempo, mais do que a morte, é o nosso adversário mais cruel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário