segunda-feira, 23 de maio de 2022

Fraude nas urnas eletrônicas

 



Ao colocarem suspeição sobre as urnas eletrônicas, o presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores colocam em dúvida todos os mandatos eleitorais obtidos por meio do voto eletrônico desde 1996. Aventar a possibilidade de fraudes nas eleições com as urnas eletrônicas equivale a considerar que todos os eleitos, de vereadores a presidente da República, alcançaram a vitória de forma ilegítima, portanto, nenhuma eleição teve validade, foram maculadas pelo germe da adulteração.

A própria eleição do atual presidente pode ter sido uma fraude e neste caso, a culpa foi do PT ou dos adulteradores contratados por Bolsonaro, que foram mais espertos e chegaram na frente?

Uma vez que o PT venceu quatro eleições presidenciais e todas podem sido fraudadas, como seus dirigentes permitiram que seu concorrente, Bolsonaro, obtivesse mais votos que seu candidato, Haddad, em 2018? Contratando especialistas mais capacitados?

Seria lógico que, perdendo três eleições e ganhando quatro, os petistas tivessem obtido PHD em fraude eleitoral?

Ora, se houve fraude, Fernando Haddad foi traído pelos dirigentes petistas que sabiam como fraudar a eleição e mesmo assim permitiram que ele perdesse!

O mesmo aconteceu com os tucanos do PDSB. Depois de fraudarem duas eleições presidenciais, eles deixaram o Lula ganhar duas vezes e a Dilma vencer outras duas vezes... Ou seja, depois de FHC o PSDB só conseguiu fraudar as eleições paulistas para governador. Eita, povo incompetente!

Se o presidente Jair Bolsonaro tem razão em suspeitar das urnas eletrônicas, o TSE deveria exigir que ele esclarecesse como fez para fraudar as urnas, uma vez que ele foi o eleito, portanto foi o beneficiário direto da ação que, senão criminosa, é no mínimo uma contravenção para enganar o TSE, os TREs, as Juntas Eleitorais e o todo o colégio eleitoral. Neste caso específico, Bolsonaro é réu confesso.

É a primeira vez na história da humanidade que um candidato vitorioso confessa que houve fraude na sua eleição. Fraudou-a, no primeiro e no segundo turnos. Eticamente, ele deveria declarar que as eleições não foram válidas e se recusar, terminantemente, a assumir o cargo. Até porque, sendo um homem religioso, a ética cristã manda que ele não aceite vantagens fraudulentas, oriundas de uma enganação, de uma impostura. Isto é coisa de ímpios, coisa de bandidos.

E nesta outra possibilidade, Bolsonaro seria o grande Herói nacional, angariando a simpatia internacional, por ser o único político da face da terra que, mesmo ganhando, abriu mão do seu cargo de presidente da República porque sua eleição foi fraudada. Seria ungido santo, um verdadeiro Homem de Deus.

Prezada leitora e prezado leitor, tudo o que escrevi acima são ilações, claro. Imagina todos os presidentes, governadores, senadores, deputados, prefeitos, vereadores e vices de toda ordem sendo obrigados a devolveram aos cofres públicos tudo o que receberam neste período! Se a eleição de Bolsonaro foi fraudada, todas demais também o foram.

Olha que coisa absurda.

Os eleitores antigos sabem que na época do voto impresso havia mil e uma maneiras de fraudar os votos. Bastava comprar meia dúzia de escrutinadores e se tinha a eleição garantida. Então, voltar ao voto impresso além de ser um atraso é um convite ao retorno da roubalheira eleitoral. Com a urna eletrônica pelo menos a contagem é mais rápida e o resultado sai logo, porém não sabemos como ela funciona a partir do momento em que ela é lacrada.

Auditar os votos poderia sim ser uma saída para evitar acusações infundadas, mas seria possível detectar alguma fraude?

Esta é a pergunta correta: as urnas eletrônicas são realmente indevassáveis, à prova de fraudes?

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário