segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Alexandre, o Grande!




Nosso mundo está mais pobre com a morte de Alexandre Thomé de Souza, aos 45 anos de idade. O meu universo particular está depauperado. Mas quem sou eu para brigar com Deus! Com certeza, Deus está precisando dele lá em cima para continuar a hercúlea tarefa que ele desempenhava aqui embaixo, neste vale sombrio que é o mundo em que vivemos.
Alexandre, no início da adolescência, desceu aos mundos inferiores de Hades, perambulando pelos círculos de Virgílio em busca de paz para sua alma.
O que ele não podia saber era que estava sendo preparado para uma missão maior. Toda sua busca cega mergulhada no mundo das drogas e do álcool era na verdade a experimentação da dor e do desespero em sua própria carne. Alexandre desceu ao inferno e lá teve sua alma forjada no fogo incessante de Hades para poder ajudar as pessoas, vítimas das garras dos vícios. Tirésias, aquele vê com a alma e não com os olhos, lhe disse baixinho ao pé do ouvido: “volte, meu filho, volte e ajude a melhorar o mundo dos seus semelhantes, só assim você ganhará ao reino dos Céus”.
Com este passaporte celestial, Alexandre acordou do sonho ruim, desfez-se dos seus pesadelos, abandonou as drogas e o álcool e tornou-se, dentro de seu corpo franzino, um gigante, desenvolvendo em si a arte de ajudar os decaídos, as vítimas das drogas. Como foi grande meu amigo Alexandre. Este sim merece o título de Alexandre, o Grande.
Fundou aqui a Comunidade Terapêutica Só Por Hoje e foi buscar aperfeiçoamento para desempenhar seu novo papel com maestria, diplomando em Prevenção Integral e Abuso de Substâncias Psicoactivas, pela Federação Brasileira de Comunidade Terapêutica e pela Universidad de San Buena-Ventura, na Colômbia, em 1998. Depois, sentindo necessidade, fez curso de Aconselhamento em Dependência Quí­mica pela Unifesp, em São Paulo.
Presidiu o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de São José do Rio Preto, foi conselheiro do Condeca-São Paulo e membro da Gestão Compartilhada da Fundação Casa, de Mirassol, com passagem pelo Conselho Municipal Anti-Drogas (Comad). Ah, foi também presidente da APM da Coopen.
Alexandre era maçom. Pertenceu aos quadros da Loja Maçônica Cosmos, que agora em 7 de fevereiro, completa 113 anos de existência, sendo a mais antiga instituição de São José do Rio Preto. Para seus irmãos de maçonaria ele deixou uma carta-testemunho onde diz que tinha ciência de que seus padecimentos atuais eram frutos dos tempos em que levou sua vida de forma desregrada, referindo-se ao seu dolorido aprendizado, que lhe deu o conhecimento para ajudar aqueles que trilham o inóspito caminho que ele trilhou.
Alexandre partiu e deixa aqui sua esposa, Edna, companheira de tantas lutas e tantas vitórias. Deixa dois filhos criados na seara do amor paterno. Ficam seu pai, o distinto advogado Pedro Thomé de Souza e sua irmã Carol, jornalista em ascensão. Fica sua madrasta, a poetisa Malu Thomé. E ficam seus amigos, seus irmãos e os inúmeros filhos que ele ajudou a tirar do mundo cruel e infernal das drogas.
Seu embarque para o mundo novo abre um vácuo entre nós. E como diz minha amiga Alice Tebar “morrer é apenas não ser mais visto”. E eu faço coro com os amigos Gervásio Martins Carvalho, Jessé Fernandes, Luiz André Luba Marquetti, Alfio Bogdan e seu padrinho maçônico Odival Abrão Jana para lamentar a falta que ele fará em nossos dias e em nosso mundo. E todos sabemos que ele foi continuar sua luta para elevar a alma dos filhos do Pai pois, como disse o Senhor, não cai um fio de cabelo de nossas cabeças sem a vontade do Pai que está nos céus.
Ah, prefeito Valdomiro Lopes e senhores vereadores, se alguém merece nome de rua, este alguém é Alexandre Thomé de Souza.



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