sexta-feira, 17 de agosto de 2012

LIVRO DOS DESATENDÍVEIS - CAPÍTULO 2





Ao longe, bem de longe, me chega a bela melodia; afinados acordes!
Nutro a sensação fagueira de velhos bailes de tulha no rangido da sanfona.
As noites eram fria e lúcidas, escuras e abrigadoras de beijos furtados.
Comiserações da memória fugidia enfatuam a lembrança dos passos;
Remorsos de beijos perdidos, renúncias bestas de carinhos alheios.
Insignificantes, diriam os boêmios, afeitos à volúpia das meretrizes.
Soam tambores antes silenciosos, atabaques furando a furando a noite.
Tateamos na escuridão do passado, de dias e horas escritos a breu.
Incólume as lembranças serpenteiam sorrateiras e
Ninguém mais nota aquelas lágrimas vertidas no bolero interrompido e
As moçoilas, aflitas e úmidas, correndo para seus leitos virginais.
Varões, de picas intumescidas, esfregam – sôfregos - as glandes inchadas...
A mão ávida de palmas quentes substituem as vulvas seladas e
Nuvens brancas entorpecem os sentidos entre espirros e suspiros!
Ínclito pênis abaixa e se aninha, refugiado no fundo da braguilha.

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