segunda-feira, 24 de setembro de 2012

LIVRO DOS DESATENDÍVEIS - CAPÍTULO 5



Anseio por teu regresso, tão esperado retorno.
Navego em sentimentos turvos, quiçá mesquinhos!
Amesquinhei minha vida à espera do teu sorriso.
Claridade era o que havia nos teus olhos felizes;
Retina luzidia onde deitavam plácidas esmeraldas.
Insônia é o que me restou de tudo que vivemos antes.
Sonho hoje sonhos antigos e improváveis – foscos!
Teias negras cumulam aranhas invisíveis e móveis e
Intensas dores se intrometem nas frestas de meias veias.
Noto a placidez do seu rosto alvo como gesso grego:
Alvéolos pestilentos que denigrem minha honra.
Voltei ao sono sob a escuridão de minha maluquice;
Alcei voo sob o estrado da cama onde o colchão guarda
Nódoas pustulentas de espermas ressequidos e
Insossos como o último beijo teu que minha boca guardou.

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