segunda-feira, 1 de abril de 2013

O PREÇO DAS GALHADAS



Galhadas estão amontoando-se nas ruas e calçadas de Rio Preto. Impedem o estacionamento de veículos e a livre circulação dos transeuntes, das pessoas que andam a pé. O que está acontecendo? Acabou o contrato dos catagalhos?

É irônico (para não dizer duvidoso) que na cidade onde mais se tem poda drástica e corte de árvores (toda vez que se corta uma árvore o argumento é o mesmo: estava brocada. Ai você olha o que sobrou do tronco e vê que a madeira está maciça!) a Prefeitura gasta nada menos que R$ 2 milhões por ano para “retirar de graça” as galhadas deixadas nas calçadas.

O valor dos gastos foi revelado hoje pelo jornalista Vinicius Marques, em sua coluna Bastidores, no jornal BomDia. Eu achava que era R$ 1,2 milhão, conforme me confirmou anos atrás o próprio ex-secretário Pauléra. Sendo R$ 2 milhões, isso representa um gasto mensal de R$ 166 mil e diário de R$ 8.300,00 (com semana de cinco dias). Não é muito dinheiro para catar galhos?

Essa quantia vai para uma única empresa. E poderia estar movimentando a economia da cidade se o cidadão fosse obrigado a recolher suas galhadas sob pena de multa. Mas não. Além da maior parte das podas serem feitas de maneira incorreta, o Poder Público rio-pretense, ao invés de penalizar o cidadão, ele o premia, retirando “gratuitamente” as galhadas. Gratuitamente entre aspas, pois esse é o seu, o meu, o nosso dinheiro.

Quando a Prefeitura eliminar o serviço de CATAGALHOS e passar a multar quem faz poda drástica, com certeza as pessoas pensarão duas vezes antes de decepar suas árvores, deixando aqueles toscos tocos implorando folhas.

Com este dinheiro (R$ 2 milhões ao ano) o que o prefeito Maldomiro poderia fazer de bom? Talvez uma creche construída e equipada por ano? Algumas praças públicas? O que mais?

É verdade que houve uma época que os galhos, além de serem retirados com dinheiro do contribuinte, eles eram levados para uma usina de cana em Catanduva que os transformava em energia e depois recebia créditos de carbono da Europa (em Euro$).

Isso ainda continua? Não sei.

Mas, se a usina podia transformar os galhos em energia e receber créditos de carbono, porque a Prefeitura de Rio Preto não implanta sua própria usina? Os galhos mais a coleta seletiva de lixo poderiam colocar a cidade na dianteira das cidades mundiais em termos ambientais. O prefeito receberia prêmios, a cidade ganharia destaque internacional.

Mas nada disso vale. O que vale é gastar o dinheiro do contribuinte ao invés de gerar empregos e renda com um serviço tão necessário. O que vale é ganhar uns votinhos a mais para o “protegido da vez” do prefeito do que coibir ações que agridem o meio-ambiente. O que vale é deixar duas ou três pessoas mais ricas do que repartir este serviço com uma centena de pequenos fretistas da cidade que poderiam cobrar seus serviços diretamente do cidadão que poda sua árvore.

E onde fica a Secretaria Municipal de Meio Ambiente? Ela não existe para cuidar do meio ambiente e sim para pesar o lixo da cidade. É isso mesmo?

Segundo Vinicius Marques, “circula” nos corredores da Câmara que o ex-secretário dos Serviços Gerais e atual presidente do Legislativo, Pauléra, teria “relações com a empresa que faz a coleta de galhos na cidade”. Na Câmara, onde há fumaça há fogo de verdade. A palavra “relações” foi usada cuidadosamente pelo jornalista Vinicius Marques, que não está a fim de correr risco à toa. “Relações” na linguagem política, tem outro sentido. Um sentido mais grave que deve chamar a atenção da Promotoria de Justiça da cidade.

Um comentário:

  1. Acredito que a intenção desta administração é deixar que essa galhada entupa ainda mais a "rede de esgotos" para que seja gastos + outros tantos milhões com "obras reparadoras". Só pode ser isto! #Indignado! Logo inventarão uma caçamba coletora de galhadas, para encher o bolso de algum empresário e seus respectivos políticos "colaboradores". Serviço pago pela populão, claro, além dos impostos.

    ResponderExcluir