Curta é a memória de um pequeno grupo de maus brasileiros que está choramingando pela volta dos militares ao poder. Como se os militares não tivessem aprendido a duras penas como é lidar com políticos corruptos.
Se tem uma coisa que os militares brasileiros não querem hoje é voltar ao poder com as armas nas mãos.
Por que não?
Primeiro porque não existe mais a ameaça comunista. O comunismo caiu com o esfacelamento da URSS e da Cortina de Ferro. Não há mais Guerra Fria. A China, única potencia comunista que restou, é mais capitalista que o imperialismo inglês do final do século 19. Moscou não tem mais ouro para financiar a tomada do poder por grupelhos comunistas daqui e dali. A ameaça externa que justificava 1964 não existe mais. Os brasileiros revoltados com a situação política atual não sabem que jamais, em qualquer período, nem mesmo na época dos militares, tantos políticos foram presos e condenados por corrupção.
A prisão dos mensaleiros é inédita e recorde no país. Nunca um ex-ministro esteve atrás das grades. Se o Tribunal tirou os caras da cadeia, isso não é culpa da democracia. Os culpados são os homens togados que deviam preservar a lei e que decidiram pelo achincalhe ao invés da seriedade. Então, a corrupção atingiu foi o cerne e a cabeça do Judiciário.
Os neoarenistas que estão convidando para a marcha de 22 de março pedindo o retorno dos militares tem olhos estrábicos quando se fala de história do Brasil. Que tal prender os ministros que votaram à favor dos mensaleiros.
Pedir a volta dos militares é como levar um paciente com apendicite supurada e o médico operá-lo de catarata. O procedimento está errado.
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