quinta-feira, 27 de novembro de 2014

RIO PRETO D - PICOLÉ DE ABACATE

Publicado no Jornal D Hoje Interior publicação em 27/11/14






Temos atrás escrevi sobre o picolé de abacate. Como diria o caipira: bão dimais!

Antigamente, havia sorvete de massa de abacate ali na Alaska, na esquina do Monsenhor Gonçalves. De repente acabou. Sumiu da tabela. Para sorte minha, existe o picolé de abacate da Delícia. Pra quem não sabe, a Delícia fica na esquina da Osvaldo Aranha com Rubião Junior. 

Adoro abacate. Penso que em alguma ‘encadernação’ passada eu devo ter sido asteca. Dizem que os mexicanos também adoram abacate.

Sempre fui fascinado pelo abacate, de comer puro, sem açúcar, sem nada. Apenas aquela polpa suculenta e verdolenga meio amarelada... um néctar. Nem sei como sou corintiano! Pela minha paixão ao abacate eu deveria ser um fanático torcedor palmeirense. 

Nos últimos tempos aprendi a temperar abacate com azeite de oliva, orégano, cominho em pó e uma pitada de sal marinho. Algo quase próximo do guacamole. Uma salada que pode ser amassada ou simplesmente consumida em pedaços. Para comer com pão, taco ou bolachas salgadas... acompanha cerveja bem gelada se a pessoa quiser.

Abacate tem uma história estranha. Em primeiro lugar, seu nome de origem, ahuacatl, é da língua náuatle. Ou seja, asteca. E significa, textualmente, testículo. Existem cerca de quinhentas variedades e formatos, mas predominam os testiculares. Apesar de ser uma fruta (ou melhor, segundo li e reli na Wikipédia, é um pseudofruto) de origem mexicana, antilhana e guatemalteca, os norte-americanos dos Estados Unidos já meteram o bedelho e dividiram todas em duas variedades: a Strong (verdes) e a Hass (roxa).

Não podemos esquecer que mexicanos e canadenses também são norte-americanos. Isto é, são da América do Norte. 

Mas, como eu ia dizendo no parágrafo anterior, esses gringos, no bom sentido, se metem em tudo. Até nos abacates. Meteram-se até com o sapoti que, segundo o samba-enredo da escola de samba Estácio de Sá virou tutti-frutti nos States. Ah, antes que eu me esqueça, o sapoti também veio da América Central.

De uns tempos para cá foi o caroço (semente) do abacate que caiu nas graças do povo. Dizem que o caroço ralado é bom para emagrecimento. Descobriram ainda que comer o abacate é bom para aumentar o bom e diminuir o mau colesterol. Depois dessas descobertas o preço do fruto (ops, pseudofruto) inflacionou. Assim como outras frutas que a gente catava nos quintais, o abacate agora é vendido por quilo nos supermercados. E não é barato não!

A PUC de Minas, lá do Barreiro, Belo Horizonte, bairro do meu amigo e deputado federal eleito Marcelo Álvaro Antonio, descobriu que o caroço vira farinha que pode substituir a de trigo. Olha só que coisa boa! Farinha de trigo faz um mal danado. A farinha de abacate, pelo jeito, é medicinal. E tem aquela receita boa do meu padrasto que é benzedor dos antigos: você maceta o caroço e coloca num vidro escuro com vinho branco e deixa lá por uns vinte dias, agitando o vidro pelo menos uma vez por dia. Depois, tome um cálice pela manhã. Essa bebida, segundo ele, aumenta a libido e é “flor-de-zica” (também muito conhecida como afrodisíaca!).

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