quinta-feira, 5 de março de 2015

RIO PRETO D - OS CHINESES BILIONÁRIOS

Publicado no JORNAL DE HOJE



Li agorinha mesmo, na última página do DCI (Diário Comércio Indústria & Serviços), a nova lista de bilionários da revista Forbes. A revista, fundada em 1917 nos Estados Unidos, pelo escocês B.C. Forbes, tem a ingrata tarefa de listar os mais ricos do mundo. Autointitulada The Capitalist Tool, ou seja, “A Ferramenta Capitalista”, ela tem como principais concorrentes as revistas Fortune e BusinessWeek. Mas não é sobre elas que quero escrever.

Escrevo sobre o meu espanto ao tomar conhecimento de que a China é o segundo país com o maior número de bilionários do mundo, com 213 pessoas no topo da lista dos chamados super-ricos (antes que me corrigem, o hífen está correto). A China tem 323 bilionários a menos que os Estados Unidos. Nesta lista dourada, o Brasil aparece com 54 pessoas entre os donos do dinheiro do mundo. Ah, o Brasil tinha 65 bilionários no ano passado; isto é, onze desafortunados brasileiros saíram da lista. 

Deve ter sido culpa da Dilma, com certeza.

Minha estranheza é ver a China com 213 bilionários. Porque me espantei? Ora, não é a China um país comunista? Como é que se pode ficar bilionário num país comunista? Essa matemática do comunismo me faz refletir em como são efêmeras as ideologias. E a pergunta renitente é: valeu a pena a morte de milhões de pessoas para implantação do comunismo na China?

Se os chineses dos anos de 1940 pudessem antever a China 70 anos mais tarde (como ela está hoje), teriam eles aceitado botar Chiang Kai-Shek pra correr, numa guerra civil violenta, para colocar no poder os comunistas e suas promessas de igualdade que nunca chegou? 

Mao Tse-tung foi o grande e sanguinário marqueteiro da esquerda mundial - no mesmo patamar de Lênim e Stálin e outros líderes de armas nas mãos. Para evitar viver um processo igual ao da desestalinização na União Soviética, Mao criou a “Campanha das Cem Flores” como forma de abertura econômica e política. Seus incautos adversários acreditaram e um ano depois estavam todos mortos. O Grande Timoneiro declarou convicto: "Dei a liberdade para que as serpentes colocassem suas cabeças para fora". 

De tempos em tempos os poderosos chineses promovem uma matança em praça pública para colocar o seu povo de volta nos eixos. Até a bala da execução deve ser paga pela família do executado.

Vivendo sob severa ditadura, é justo o povo chinês ser mantido nos grilhões enferrujados para que duas centenas e meia de conterrâneos sejam bilionários? Afinal, é para isso que os ideólogos esquerdistas inventaram o comunismo e o socialismo? 

Ah... ia me esquecendo. Os comunistas vão me responder dizendo que esses bilionários chineses são oriundos da incorporação de Hong-Kong e Macau ao território chinês. Isso, porém não é a verdade. Há uma casta de bilionários na China, criada na esteira do controle comunista, fomentada na mão-de-obra barata e na falta de liberdade de escolha.

Não sou contra a riqueza. Como muito bem ordenou Deng Xiaoping aos chineses: “enriquecei-vos”. Mas essa ordem deveria contemplar todos os chineses ou sua maioria e não apenas duas centenas e meia de bem-aventurados; protegidos do Estado. Penso que, talvez, quando o comunismo chinês admitir a liberdade do capitalismo liberal que reina por lá, todos os chineses estarão prósperos e felizes. (Brasília, DF)

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